quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Desafio 5 - Morte - Guinea Pig

Jin havia aparecido com um pequeno pacotinho de papel no apartamento de Jack naquela tarde de reunião para definirem as letras do novo CD. O que era estranho, uma vez que haviam furinhos no mesmo e o dito pacote se mexia, de vez em quando.

Só depois foram descobrir que o baixista havia comprado um filhote de roedor. Um porquinho da índia, para sermos mais específicos.

Arata fizera cara de nojo, Jack rolara os olhos, assim como Teruo. Fora Takeo quem exprimira o pensamento de todos:

"É um rato. Não importa por onde eu olhe, só vejo um rato."

"Não é um rato! Pochi é um porquinho da índia, logo ele vai ficar com o pelo enroladinho, vai ser muito fofo!"

"Vou trazer o Maru. Espera aí." o baterista sorriu de canto, se referindo ao seu gato, adquirido depois que Kami morrera. Escorpiões não duram muito, afinal.

"Jack, não seja maldoso! Maru chan ficaria com nojo de um rato!" O guitarrista moreno sorriu, acendendo um cigarro, andando para a varanda.

"Jin, realmente... manda isso embora." começou Arata, torcendo o rosto. Não queria viver em um apartamento com uma ratazana gigante. Por mais fofa que fosse, quando ficasse maior e peluda. No momento, o filhote era só um rato pelado.

"Primo! Merumo é um ótimo porquinho!"

"Merumo? O nome dele não é Pochi?"

"Não, o nome dele é Shinji!"

"...... Chega, Jin. Você vai mandar ele embora. Trevas não vai se dar bem com ele. Merumo. Shinji... Pochi, enfim. O nome dele não importa."

E continuariam discutindo sobre  o nome do pequeno porquinho da índia, largado sobre a mesinha de centro do baterista, se não fosse o aparecimento de Maru.

Lembram-se dele? O gato de Jack, falei dele ali em cima, mais cedo nesta narrativa.

O bichano lambeu os lábios quando viu o pequeno roedor em cima da mesa e seu dono ocupado demais rindo da cara do humano estranhamente alto, assim como os demais. Por isso mesmo, em três saltitos, o gatinho o abocanhou, saindo dali correndo.

"Maru!" o gato ouviu seu humano gritar "Solte já isso, você vai ficar doente!"

Maru correu para a varanda, para seu castelinho de papelão (Jack era um ótimo humano, sempre fazia suas vontades!), mas foi parado no meio da escalada por Teruo.

"Te pegue---" o guitarrista parou de falar. Com o susto, o gato cuspira o filhote de porquinho da índia, que rolara pelo parapeito para fora da varanda.

Estatelando-se no chão, quatro andares abaixo.

Em um piscar de olhos, a P"Saiko inteira estava se debruçando na parede baixa, olhando para o chão. Uma senhorinha havia parado, vendo o pequeno defunto lá embaixo.

"Morreu?" a voz de Jin saíra tremida, ao que a senhorinha respondera com um "Morreu."

"Não fique assim, Jin. Nós podemos dar um enterro decente para ele." Arata tentou ajudar, mas fora cortado por Takeo.

"É, jogamos ele no vaso sanitário e daremos descarga ao som da marcha fúnebre." gemeu ao sentir uma cotovelada em suas costelas.

E Jin até iria responder, se um outro gato lá embaixo não tivesse passado, recolhendo a ex-presa de Maru. A cena fez com que um minuto de silêncio se passasse, com todos se entreolhando, dado o absurdo da situação.

"Ahn... alguém quer cerveja?" o baterista tentou, dando de ombros.

Saíram da varanda, deixando o pobre baixista olhando com cara de nada pro ponto no chão onde, até um minuto atrás Cocoa estivera.

E em um mundo ideal Jack não seria insensível, Takeo não seria uma peste, pão francês seria pão francês em todo lugar e eu saberia terminar fanfic.

Mas o Jack ainda tem a sensibilidade de uma porta, Takeo é um besta, pão francês é cacetinho e eu escrevi essa história porque eu já matei meu porquinho da índia derrubando ele do quarto andar.

Fim.

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