"Adam
Valiokos trai o marido e agente Ludwig Shakarov com amiga."
"Famoso
cantor pop, conhecido por ser casado com o agente, é visto com amiga
aos beijos"
"Adam
Valiokos e Elinor Roberts flagrados no motel."
"Ludwig
Shakarov, agente e marido de Adam Valiokos, é traído por ele e por
amiga-da-onça."
O
moreno de olhos azuis olhava com um sorriso mórbido para a tela do
computador, a qual apresentava milhares de abas abertas com manchetes
de tablóides sensacionalistas de toda o país. Em todas ele estava
presente.
Sorria,
um sorriso amargo e vitorioso. Havia acabado com as carreiras de Adam
e de Elinor por vingança, e ainda saíria como a vítima da
história. O pobre agente e marido, apaixonado e ignorante de como
Adam Valiokos e Elinor Roberts faziam dele um corno.
Ninguém
saberia como aquelas fotos e vídeos haviam ido parar nas mãos de
todos os jornais. Ninguém saberia como ele havia alertado todos os
papparazzi do encontro dos dois na noite anterior e dado acesso para
que tivessem os melhores ângulos.
Elinor,
que era sua amiga desde a infância acabara com sua vida ao seduzir
seu marido por pura inveja. Adam, que havia crescido como
profissional por meio de seus esforços e casara consigo por
interesse. Tanto trabalho para que Ludwig os derrubasse como quem
sopra um castelo de cartas.
Já
havia soltado uma nota na imprensa avisando que, por conta da
traição, a empresa da qual era presidente e acionista majoritário,
estava encerrando o contrato da atriz queridinha de todos e do cantor
de sucesso. Que ambos não poderiam ser confiados, uma vez que traíam
o melhor amigo e marido.
Além,
é claro, de ter feito algumas ligações, por baixo dos panos,
impedindo que os dois encontrassem agências de qualidade no país.
Ludwig tinha poder e sabia muito bem como utiliza-lo.
Ele
havia sido moldado assim pelos dois. Havia se tornado esperto e
resiliente com o tempo e com as sacanagens que os dois haviam
aprontado consigo na sua frente. Cansara das traições de Adam e da
falsidade de Elinor.
Agora
ele seria a estrela dos pesadelos dos dois.
Principalmente
porque Adam estava proibido de entrar na mansão e todas as suas
coisas, prêmios, livros, roupas, sapatos e cd's, até o computador,
haviam sido colocados em sacos de lixo na rua. A essa altura já
teriam levado tudo do loiro.
E
Elinor estava sendo massacrada em todos os programas de televisão
com os áudios em que chamava Lui de "perdedor", "corno",
"imbecil" e demais variações. Sem contar os áudios de
sexo por telefone com o amante. O agente se diveria demais vendo como
o país inteiro ficava contra alguém que, até agora, era adorada.
Já
havia recebido ligações. A gravadora queria rescindir o contrato de
seu marido (logo ex) e os produtores da série que Elinor estava
protagonizando queriam desliga-la.
O
celular de Ludwig tocou, com a foto de Elinor. Ah, a vadia queria
dizer algo? Foi com um sorriso enorme que atendeu a ligação. Não,
sem antes, colocar para gravar.
"O
que pensa que está fazendo, seu viado de merda? Porque não tem
capacidade de segurar seu homem, você pensa que pode destruir minha
carreira, seu lixo? Você não é nada sem mim, Ludwig! Sem a minha
imagem a sua agência vai acabar!" A ruiva gritava do outro lado
da linha e o empresário precisou afastar o aparelho do ouvido. Não
precisava de surdez por conta da vagabunda.
"Elinor,
sejamos realistas. É exatamente o contrário. Você não é ninguém
sem a minha agência, e, agora, sem agência nenhuma." sorria
mórbido, brincando com uma mecha do cabelo longo. "E eu não
sei como tudo isso vazou, mas tenha certeza de que eu estou tão
surpreso quanto você. E chocado."
"Foi
você! Eu sei que foi você, Ludwig!" A voz de Elinor já estava
rouca. Talvez ela houvesse tido uma crise de diva antes de decidir
ligar para ele. Quem sabe. "Só você sabia que estava sendo
chifrado por mim e por Adam! Você se expôs a tudo isso? É um
idiota, mesmo. Seu pai teria vergonha de ter um filho que, além de
viado, expõe o nome da empresa!"
Mordeu
o lábio, respirando fundo. Sim, ela estava certa, mas isso não dava
o direito da mulher falar aquilo.
"Não
temos nada mais o que falar, Elinor. Você traiu minha amizade e
confiança. Se quiser ficar com Adam, fique à vontade para recebê-lo
de vez em sua casa. E espere a notificação dos meus advogados
contra você por injúria." fechou os olhos azuis "Seu
contrato está rescindido. Já tem em conta tudo que estava devido a
você. Nunca mais apareça na minha frente."
"Ludwig..."
"Eu
tenho que desligar agora, não temos mais o que falar."
E
o fez, sentindo-se drenado por baixo de toda a satisfação de ver a
atriz caíndo em cima de toda a merda que o havia feito passar. Mas
ainda tinha que encontrar Adam, e, por seus cálculos, ele estaria
chegando a qualquer momento.
Ainda
teve tempo de um chá e de verificar mais e mais notícias que saíam.
Todas elas colocando-o como a vítima inocente das armações do
cantor e da atriz. Mal sabiam eles que fora o próprio Ludwig que
expora, numa situação digna de Hephaestos expondo os amantes
Aphrodite e Ares.
Diferente
de Hephaestos, o moreno não aceitaria Adam de novo, mais uma vez.
"Ludwig!"
ouviu a porta ser aberta e o loiro passar pela mesma, acompanhado dos
seguranças da empresa. Fez um sinal para que saíssem e esperassem
na porta, indicando para o loiro que se sentasse, o que foi ignorado.
"Gostaria
de chá, Adam? Esse tchai indiano novo que eu comprei é
maravilhoso..."
"Corte
a porcaria! Você vai desfazer tudo o que fez!"
"O
que eu fiz ou o que você me fez fazer, meu amor?" sorriu
cínico, vendo o loiro engolir em seco.
Adam
sabia que seu marido, um dia, cometeria uma loucura. Só não pensava
que seria uma dessas. Uma loucura que acabaria com sua carreira de
forma definitiva.
"Assim
como Elinor, seu contrato está rescindido, Adam. Tudo que a empresa
devia a você será pago. E o divórcio chegará por meio dos meus
advogados. É bom que tenhamos nos casado em separação total de
bens, certo?"
O
loiro ficava cada vez mais pálido e Lui temeu que ele acabasse tendo
uma síncope ali mesmo. Não queria ser viúvo de um imbecil.
"Parece
que você se aproveitou do meu amor e da minha confiança, Adam, mas
eu aconselho a checar duas vezes a sua próxima vítima. Com sorte
ela não será tão esperta e precavida quanto eu. Agora, vamos
cortar todo o drama." Levantou-se, caminhando até a janela e
respirando fundo, escondendo a dor no fundo do coração.
"É
melhor você entender que eu sou só um agente do Karma nessa
situação, amor. Eu vou receber o meu, você receberá o seu e
Elinor o dela, ninguém vai escapar. Se quer um conselho, suma da
mídia, antes que seja pior. Não vai mais encontrar nenhum tipo de
contrato, sinto muito." sorria para o loiro.
"Você
não pode fazer isso comigo, Ludwig! Eu sou o seu marido!"
"Não
mais. Agora saia da minha sala, da minha empresa e da minha vida.
Suas coisas foram deixadas na rua de casa, se tiver sorte ainda
encontrará algo." riu baixo com o loiro o amaldiçoando e
ofendendo. "Eu te amei, Adam. Abri minha vida e você me trancou
para fora. Faça bom proveito do Karma."
Foi
deixado sozinho na sala. Uma única lágrima solitária escorreu por
seu rosto, sendo limpa imediatamente.
Elinor
e Adam haviam recebido o que mereciam, Ludwig esfregaria na cara
deles o que eles o haviam feito fazer.
"Desculpe,
o antigo Lui não pode conversar agora. Por quê? Ah, porque ele está
morto."